A Paixão de Cláudia

Sexta, 18.04, São Paulo homenageará as mães negras através de uma manifestação cultural: iniciada por uma marcha ao som de tambores e finalizada com apresentações artísticas.
Um ato de homenagem à Claudia Silva Ferreira, mulher preta, mãe, tia, trabalhadora, assassinada pela polícia como muitxs negrxs, infelizmente.

> concentração às 14h na Igreja da Consolação
> marcha às 15h até a Igreja N. Sra. do Rosário dos Homens Pretos
> manifestações artísticas até as 20h


Por meio de ações e manifestações, performances e apresentações realizadas nas mais diversas linguagens das artes, nos reunimos para celebrar a mãe preta do Brasil, as famílias negras, as famílias coloridas, o direito à vida, ao respeito ao cidadão, à cidadã, aos acessos básicos ao direito de ir e vir, à saúde, à educação, à moradia, ao fim dessa condição de cidadania de segunda classe a qual está relegada parte expressiva da população brasileira.


Programação

14h às 15h - concentração na Igreja de Nossa Senhora da Consolação.

15h às 16 - cortejo com tambores até a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos (Deixaremos a rosa vermelha ao redor da escultura da "Mãe Preta"). Seguimos para o Boulevard São João, logo ao lado.

16h às 16h40 – apresentação de abertura com o grupo de percussão Ilu Oba de Min.

16h40 às 16h50 – Chris Gomes faz apresentação e anunciará a programação ao som dos DJs do coletivo Stereo Royale.

16h50 às 17h30 – apresentação de Vitor Trindade e Zinho Trindade.

17hh30 às 18h – Chris Gomes retoma apresentações com fala de Sr. Alexandre da Silva (marido de Cláudia da Silva Ferreira), no fundo som da DJ Bia Voz Ativa.

18h às 18h20 – Apresentação do Ballet Afro Koteban.

18h25 às 19h – Sarau Poetas Mulheres com Elizandra Souza, Jenyffer Nascimento e Tula Pilar, finalização com o Grupo de Teatro Os Crespos.

19h às 19h30 – apresentação de parte de “Bakô”, de Luciane Ramos e na sequência “Outras portas, Outras pontes”, da Cia Sansacroma.

19h30 às 19h45 – Chris Gomes retoma ao som da DJ Prila Paiva.

19h45 às 20h – Mulheres do RAP se apresentam Sharylaine, BrisaFlow, Karol de Souza, Amanda NegraSim e Denna Hill.

20h às 20h30 – finalização com apresentação do Grupo Sambaqui.


Mais informações: https://www.facebook.com/PaixaodeClaudia 



Seu nome é Cláudia Silva.
Cujo nome preto calaram com um tiro,
Cuja pele negra esfolaram no asfalto
E cuja toda sorte desfizeram sem acaso.

Sem acaso?
Não é por acaso que um corpo negro cai.
Cai sem ser infarto ou doença de satanás,
Cai como um pássaro que a criança atira,
Mas com menos lágrimas, velas e missas.

Cai a ordem do dia de “combater” o tráfico,
Ou cai na estatística de mais um assalto.
Cai porque é preto que cai todo dia.

Mas ocorre que nessas voltas que o mundo dá,
O nome que deveria cair no esquecimento,
Virou bandeira para o movimento.

O sangue arrancado do seu sofrimento,
Exalou coragem de empoderamento
E libertou do cárcere o embrutecimento.

Cláudia Silva Ferreira,
Seu Silva é da minha mãe também,
Sua sorte poderia ser também.

A história mostra
Do que dela se retém
Que quando o preto se organiza não tem pra ninguém.


Fonte: http://blogueirasnegras.org/2014/04/15/nao-e-por-acaso-que-um-corpo-negro-cai/

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