Exposição Vila das Oyas de Lídia Lisboa

Acontece na Fibra Galeria, entre os dias 12 de Julho e 12 de Agosto, a exposição “Vila das Oyas”, da escultora e pintora Lídia Lisboa. Vencedora do "II Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras"., a artista faz uma analogia entre uma das lendas do orixá Oyá... e a realidade das mulheres negras, brasileiras, que trabalham fora, sustentam seus filhos e mantêm suas famílias protegidas em fortalezas invisíveis, tão resistentes quanto os cupinzeiros africanos. 



O "II Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras”, é uma realização do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves (CADON), em conjunto com a Fundação Cultural Palmares (FCP) e com patrocínio da Petrobras. “Vila das Oyas” também conta com o apoio da Secretaria do Estado da Cultura por meio da Assessoria de Cultura para Gêneros e Etnias (ACGE).

SOBRE A ARTISTA
Em todas as atividades humanas existem momentos de aparição de pessoas, de objetos, de fatos, etc., que nos obrigam a fazer uma leitura nova da maneira como o homem se relaciona com sua natureza e origem. Estes momentos não são necessariamente de ruptura ou renovação, mas trazem em si a perspectiva do novo e do revolucionário, e é desta forma e desta ótica que enxergo a produção artística da artista plástica Lídia Lisboa.
Artista brasileira, afro descendente, natural de Guaíra no Paraná, mudou-se para São Paulo em 1986 e iniciou um contato com o fazer artístico de forma intensa e autodidata.
A primeira série de objetos que tive o prazer de ver da artista foi uma série de esculturas cerâmicas onde as formas resultantes me levaram à memória do campo, dos pastos, dos cupins que com suas formas construídas em curvas davam ao objeto uma personalidade única, mas totalmente remetida aos cupinzeiros que infestam nossos campos.
Curiosamente depois de alguns anos Lídia Lisboa me apresentou uma série de “crochês”, construídos com tiras e restos de pano, criando planos multicoloridos, onde a interferência de objetos e miçangas fazia contraponto gerando uma massa harmônica e lírica, onde a lembrança da liturgia do candomblé, fica retidamente sugerida.
Estes “crochês” acabaram se mostrando peças construídas linearmente, assim como suas cerâmicas. Estas novas peças, portanto mantém o processo mental de aproximação com a realidade através de uma somatória de gestos, para construção de um todo.
Penso que Lídia Lisboa é uma artista que utiliza suas origens, seu feminismo e sua sensualidade para criar obras que nos seduzem, mas que nos impedem a pensar de forma construtiva um universo de formas inusitadas, mas que apesar das provocações nos confrontam e nos obriga a reler de forma brasileira e essencialmente feminina.
Gilberto Salvador/2011

SERVIÇO:
Exposição “Vila das Oyas”
Abertura: 12/07 às 19h
Período Expositivo: 13/07 a 12/08
Fibra Galeria - Rua Tupi, 792 – Pacaembu – São Paulo – SP
Funcionamento: Segunda a sexta das 11h às 19h. Aos sábados das 11h às 16h
Mais Informações: 11 2478-3688
www.fibragaleria.com.br


O texto publicado foi extraído da página do evento: https://www.facebook.com/#!/events/263944130385374/
 

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