Dia 2 de fevereiro, dia de festa no Mar, vou levar o meu presente para saudar Iemanjá...
É
claro que não poderia deixar de fazer uma homenagem à mãe Iemanjá,
mãe de todos os oris (cabeças), logo, é mãe de todos/as nós.
Compartilho
uma narrativa em que conta como ela conseguiu algo que era
permitido só aos homens e o link do concerto completo Mães
D´Água da Fundação Palmares.
Yemoja
joga Búzios na ausência de Orunmilá
(O texto e a figura foram retirados da página Nossos Orishas - é uma página que vale a pena visitar. Há vários desenhos de orixás e narrativas, etc)
Iemanjá
e Orunmilá eram casados. Orunmilá
era um grande adivinho. Com seus dotes sabia interpretar os segredos
dos búzios.
Certa vez Orunmilá viajou e demorou para voltar e
Iemanjá viu-se sem dinheiro em casa. Então, usando o oráculo do
marido ausente, passou a atender uma grande clientela e fez muito
dinheiro.
No caminho de volta para casa, Orunmilá ficou sabendo
que havia em sua aldeia uma mulher de grande sabedoria e poder de
cura, que com a perfeição de um babalaô jogava búzios.
Ficou
desconfiado.
Quando voltou, não se apresentou a Iemanjá,
preferindo vigiar, escondido, o movimento em sua casa. Não
demorou a constatar que era mesmo a sua mulher a autora daqueles
feitos.
Orunmilá repreendeu duramente Iemanjá. Iemanjá disse
que fez aquilo para não morrer de fome.
Orumilá e Iemanjá - Artista Felipe Caprini |
Mas o marido contrariado
a levou perante Olorum. Olorum reiterou que Orunmilá era e
continuaria
sendo o único dono do jogo oracular que permite a
leitura do destino.
Ele era o legítimo conhecedor pleno das
histórias que forma a ciência dos dezesseis odus.
Só o sábio
Orunmilá pode ler a complexidade e as minúcias do destino.
Mas
reconheceu que Iemanjá tinha um pendor para aquela arte, pois em
pouco tempo angariara grande freguesia.
Deu a ela então
autoridade para interpretar as situações mais simples, que não
envolvessem o saber completo dos dezesseis odus.
Assim as mulheres
ganharam uma atribuição antes totalmente masculina.
Este
itan nos indica a conquista de Yemoja, que deu as mulheres a
autoridade de manipular o ifá. Pela primeira vez a mulher não foi
vista como apenas alguem que serve para parir, mas sim como alguem
sábio, ovacionada por ser talentosa.
Eruya! Salve Yemoja
que conquistou este direito a todas as Yalorishas!
Por fim, deixo o link do concerto Mães D´Água da Fundação Palmares:
Por meio deste link no youtube, a fundação disponibiliza o show completo, são 13 vídeos e a mudança de vídeos é automática.
Odoyá!!!
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